O Gato na Árvore é um daqueles livros de crônicas pra quem conhece a acidez e a doçura do cotidiano, que sabe o quanto um simples gesto pode estar repleto de significados. Se você aprende com cada detalhe da vida, vai gostar de compartilhar esses aprendizados com o autor.
"Cabeça de cronista é engraçada. A gente segue a vida para que ela não nos siga, assim não perdemos a vida nunca de vista."
"Cabeça de cronista é engraçada. A gente segue a vida para que ela não nos siga, assim não perdemos a vida nunca de vista."
Martire parece te convidar desde a primeira página: "Vem, senta aqui e me acompanha nesse café. Te peço um espresso duplo do jeito que eu aprendi a gostar, bem quente, daqueles que ao tocar a língua te deixa 2 dias sem sentir gosto de alimento algum."
E assim ele narra seu dia-a-dia no Rio de Janeiro, fazendo com que o leitor se identifique com cada devaneio, devorando cada punhado de parágrafos como petiscos numa mesa de bar. E esse mesmo leitor, embriagado pelas palavras, se vê imerso numa conversa cada vez mais interessante.
O título do livro é o mesmo da crônica que encabeça o sumário, e é a partir dele que o cronista navega por diversos assuntos, os mais recorrentes sendo amizade, relacionamento, tecnologia e comportamento humano. O gesto de parar para observar alguém e construir uma linha de raciocínio através daquela pessoa é de uma sutileza quase palpável, é algo que todos nós fazemos e que na maioria das vezes não nos damos conta do quanto isso nos faz refletir.
"Passo um recado para quem na boa espera salvar-se em outra vida: se o mundo é este onde nos desentendemos com estardalhaço, o além não pode ser muito melhor. Quem está lá, um dia brilhou aqui, vejam como ficou este breve picadeiro."
"Passo um recado para quem na boa espera salvar-se em outra vida: se o mundo é este onde nos desentendemos com estardalhaço, o além não pode ser muito melhor. Quem está lá, um dia brilhou aqui, vejam como ficou este breve picadeiro."
Antes de citar as crônicas favoritas, quero destacar a importância de duas delas. "O Canalha Fundamental" e "Bem-estar geral". Elas estão lado a lado no livro e formam uma dupla e tanto! Se foi proposital eu não sei, mas sinto como se elas se completassem de uma forma única, cada uma trazendo à tona questionamentos muito atuais. Aliás, temas atuais não faltam no livro. Você vai se deparar com Whatsapp, Facebook, selfies, ciclovias, filmes e séries, etc e etc...
Você pode sentir o gostinho do que o livro pode te proporcionar clicando aqui, para ler Bem-estar geral na RUBEM, revista virtual de crônicas.
Além dessas duas, outras crônicas também merecem um destaque especial, como "Whatsapp", "Olha a promoção!", "Eu nomeio, tu nomeias, ele nomeia", "Bom Sujeito" e "Facebook distópico".
Ah, não podia deixar de comentar sobre o trabalho da Editora Moinhos: capa linda e chamativa, páginas amareladas, fonte e diagramação agradáveis. Um bom livro para se ter na estante pelo visual e pelo conteúdo.
Ah, não podia deixar de comentar sobre o trabalho da Editora Moinhos: capa linda e chamativa, páginas amareladas, fonte e diagramação agradáveis. Um bom livro para se ter na estante pelo visual e pelo conteúdo.
Enfim, se você se sentiu instigado com essa resenha, não deixe de adquirir o livro e conferir de pertinho o que o Marco Antonio Martire tem pra te contar. E aproveita que tá baratinho na Amazon!
O Autor
Marco Antonio Martire é carioca, graduado em Comunicação pela UFRJ e pós-graduado em Língua Portuguesa pela UCAM. Publicou os contos de "Capoeira angola mandou chamar", a novela "Cara preta no mato" e participou das coletâneas de contos "Clube da Leitura - Volume III", "Escritor Profissional - Volume I" e "Clube da Leitura - Volume IV". É membro do coletivo Clube da Leitura e também escreve para a RUBEM quinzenalmente às quartas-feiras.
Agradeço ao Oasys Cultural por ter disponibilizado esta obra de grande riqueza para os leitores e para o blog. Até a próxima, pessoal!
