
"No fim, eu não deveria ter me preocupado se ele cumpriria sua promessa. Deveria ter pensado se eu cumpriria a minha."
E ai galerinha, tudo na boa?
Hoje estou aqui para fazer a resenha de um livro que
mexeu comigo em todos os sentidos possíveis.
“O Último Adeus” foi o último livro que eu comprei,
sendo assim eu o passei na frente de outros tantos livros que estão na minha
estante, esperando para serem lidos. Por que eu passei ele na frente? Não sei.
Eu sabia que o tema principal da obra era polêmico, eu
sabia que era sobre suicídio. Mas mesmo sendo um tema pesado eu não tirava da
cabeça que ele seria a minha próxima leitura.
Comecei a lê-lo dia 25 de setembro e terminei-o dia 27
de setembro. Sim, dois dias. Fazia meses que eu não lia um livro tão rápido,
fazia meses que eu não me abalava tanto perante uma história.
Você deve estar se perguntando: “nossa Lari, mas ele é
tão intenso assim?”. Sim minha gente, ele é intenso, profundo, triste e ao
mesmo tempo maravilhoso e lindo.
Lexie é uma menina de 18 anos, e o livro é narrado em
primeira pessoa por ela. Acompanhamos como sua vida mudou desde que seu irmão
mais novo Ty cometeu suicídio no dia 20 de dezembro com um tiro no peito na
garagem da casa da família. Sete semanas, esse é o tempo que se passou desde a
morte de Ty até a primeira página do livro.

A grande maioria de nós sabe o quanto ser adolescente é difícil, ainda mais na idade de escolher a faculdade, a cidade onde vamos morar, os desafios, os medos e receios. Agora imagina Lex ter que passar por tudo isso e ainda ter que tentar entender porque seu irmão tirou a própria vida, cuidar da mãe depressiva e se afundando no álcool e do pai ausente que trocou a família por um “clichê”. Lex passou por tudo isso, e eu passei junto. Me envolvi da cabeça aos pés.
Lex fazia terapia, e seu terapeuta deu um diário para
que ela tentasse por meio da escrita expressar tudo o que estava sentindo. De
imediato ela achou que nunca daria certo, mas foi começando a escrever no
diário, do seu jeito e assim colocando seus sentimentos no papel já que ela não
podia contar com a mãe. A mãe insistia em dizer que a vida dela tinha acabado
que ela nunca seria feliz e que nada mais fazia sentido. Sofri muito nesse
momento, porque ela ainda tinha a filha com ela, viva, querendo viver. Mas ela
não tinha forças para perceber que ela ainda tinha motivos para seguir em
frente.
O tema suicídio é algo extremamente difícil de lidar e
falar. Tanto que na escola de Ty não foi realizado nenhum tipo de homenagem
para ele. Ele foi apagado dos registros, seu armário fora esvaziado. Como se Ty
nunca tivesse pisado na escola. Como lidar com isso?
Por que Ty se matou?
Por que Ty não deixou uma carta explicando seus
motivos?
Por que Ty não procurou ajuda?
Como foi o dia de Ty antes de morrer?
Essas e muitas perguntas são formuladas na cabeça do
leitor, e para felicidade (ou não) elas são respondidas em sua maioria, de um
jeito intenso.
"Mas com algumas pessoas....a maioria, na verdade, eu simplesmente me
torno parte da paisagem. Se eu desaparecesse um dia, desaparecesse de
verdade e nunca mais voltasse, ninguém notaria."
Foi impossível conter as lágrimas, elas vieram com
força total. Posso dizer com toda a certeza que esse foi o livro que eu mais
chorei lendo.
Em vários momentos eu só queira entrar na história,
abraçar a Lex e dizer que uma hora tudo ficaria bem, que as coisas iriam
melhorar. Não tem como não se apegar a protagonista. Você acaba sentido tudo o
que ela sente raiva, decepção, tristeza e medo. Sim, medo. Lex começa a achar que
está vendo o fantasma do irmão e conclui que Ty está querendo se comunicar,
está querendo que Lex termine suas “pendências”. Da medo, não vou negar.

Durante a leitura, os personagens citam várias músicas,
tinha resolvido fazer uma playlist para vocês, mas acabei descobrindo que a
própria DarkSide já fez isso, então vou colocar ela aqui pra vocês:
Coincidência ou não, estamos no setembro amarelo. O mês para falar sobre suicídio e confesso que na hora não pensei nisso. Mas fechou certinho, até a capa do livro é amarela.

Falando um pouco sobre o design do livro. Darkside é
Darkside né? Não tem o que discutir, o livro está impecável. Começando pela
capa, toda amarela como se ela fosse composta por diversos post-its. O nome do
livro está tapado por um post-its de verdade, que é possível descolar e colar
de volta. A lombada é de longe a mais linda da minha estante, onde vemos uma
caneta esferográfica azul. Na parte de trás temos outros post-it desenhado, onde
está escrito exatamente a única mensagem que Ty deixou para a mãe. A folha de
guarda está impecável, toda rabiscada de caneta azul. E as folhas são de uma textura
linda e confortável tanto aos olhos como ao tato. E a fonte e os capítulos são
ótimos e fazem a leitura fluir extremamente bem. Sem contar que a cor da fonte
é em azul, lembrando uma caneta azul. E de extra ainda temos um marcador de
fitilho.


