“Soy el fuego que arde tu piel ♪♫”
A
primeira temporada de Narcos foi um sucesso imenso, e não poderia ser pra menos, a Netflix mostrou mais uma vez para o que veio em suas produções
originais. Da superprodução e direção de José Padilha (em 3 episódios) ao
espanhol meia boca de Wagner Moura, a série não se deixa abater pelos pontos
negativos, trazendo violência, sexo, drogas e muito, mas muito dinheiro.
Narcos
conta a história de Pablo Emilio Escobar Gaviria, um traficante de cocaína que
conseguiu ascender na Colômbia a ponto de ser adorado e logo após declinou até
sua morte. Na primeira temporada nós vemos o seu crescimento social, desde a
descoberta da droga por ele até seu primeiro tráfico. Diferente da outra série
autobiográfica “Pablo Escobar, el patrón del mal”, também disponível na Netflix,
nós já conhecemos um homem corrupto e de
grande influência no país, a ponto de enfurecer os Estados Unidos por
acabar com a paz em Miami ao exportar suas drogas.
ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS.
“Plata o Plumo”
Algumas
cenas são bem icônicas, como o fuzilamento de alguns traficantes no primeiro
episódio, que chega a ser bastante real, e a caça à Poison. Ainda
no primeiro episódio temos uma trama engendrada e marcante: acompanhamos a vida
de “barata” um homem que não morre nem por uma explosão nuclear, fazendo
referência ao inseto. Mas é claro que Escobar é capaz de matar qualquer barata
e mais poderoso que qualquer bomba atômica. E é isso que vemos nos dois
próximos episódios.
O
crescimento enlouquecedor do tráfico é incrível, você percebe que Escobar é um
homem sem limites e que não poupa esforços nem balas para acabar com tudo o que
se opõe a ele. De policiais a políticos, todos os que ficarem entre Pablo e
seus objetivos acaba morto, sem punição para ele.
Mas
é no episódio de número 3 que identificamos a grande fraqueza do “Robin Hood
Paisa”, como é conhecido pelos mais pobres: a sua vontade de entrar para a
política. É aí que ele percebe que não tem o controle do país, pois mesmo com
todas as suas manipulações é expulso do plenário e humilhado perante os outros
políticos. Daí então a corrida presidencial entra em cena e os candidatos mais
populares relatam a prioridade do governo que é a extradição dos
narcotraficantes para os Estados Unidos.
Escobar
então é obrigado a se unir aos outros traficantes para que isso não aconteça, e
ele luta com todas as suas armas. Sem medo. A ponto de explodir aviões e
prédios, assassinar centenas de pessoas e declarar guerra ao país inteiro pela
sua impunidade.
Os
EUA ficam escanteados nesta série, mesmo sendo pelo ponto de vista deles que
Narcos é contada, o locutor Steve Murphy, agente da DEA (Drug Enforcement
Administration) não é lá muito bem explorado. Esses recortes históricos prendem
mais a atenção, os fatos reais se misturam à genialidade dos roteiristas para
dar vida a um conto único e marcante, genuinamente colombiano.
Wagner
engordou 20 Kg para o papel e o interpreta de forma única, mesmo com sua falha
no sotaque espanhol. A fotografia (brasileira!) também é outro ponto incrível
encontrado na série, além dos diálogos inspiradores. Mas não é só ele que fica
marcado na memória, diversos outros personagens são brilhantes, como Stephanie
Sigman (Valeria Velez), Gabriela de la Garza (Diana Turbay) e Pedro Pascal
(Javier Pena). A maquiagem também não pode ficar de fora desses créditos, já
que é bastante real a situação dos feridos e mortos no decorrer da história.
Para
finalizar, o último episódio é digno de uma tropa de elite, já que José Padilha volta a assumir sua alma de
guerra pra demonstrar como se acaba com a festa dos narcotraficantes, mas deixando a história em aberto para a segunda temporada. Não
queremos esperar nem mais um minuto, Netflix ;)






